O Futuro das Cartas 2 - A Mala Direta

Continuando a analisar as cartas partirei para uma outra utilidade muita explorada pelo mundo das correspondências reais, a mala direta.

Para isso vou contar com a ajuda do Bill, aquele do primeiro exemplo, que quando voltou da Nova Zelândia chegou em sua residência e foi olhar se havia chegado alguma carta para ele.

Tirando a dúzias de contas de banda larga, celular, boleto da faculdade e outras cartas de conteúdo financeiramente desagradável, Bill percebeu que, como sempre, chegaram algumas cartas personalizadas com mensagens do tipo: “Sr. BILL temos uma grande oportunidade, abra e descubra”.

Nem preciso dizer que se trata das nossas colegas Malas Diretas, sim são estas cartas que nos fazem sentir que alguém se lembra da gente (mesmo que seja a memória virtual de um programa de impressões personalizadas). Como foram poucas e tiveram o trabalho de mandar até a casa de Bill, nosso jovem resolve abri-las mesmo que seja só para ler seu nome novamente (e alimentar um ego) ou para ver do que se tratava.

Enquanto abria suas cartas, Bill ligou seu notebook da Accer e abriu seus e-mails para ver se tinha alguma novidade do dia. Só algumas correntes de alguns conhecidos, mensagens da sua mãe e de uma garota que esta paquerando na Nova Zelândia, também haviam alguns twitteros querendo segui-lo. Bill também vê que no link “lixo eletrônico” há 37 e-mails, porém prefere não abrir, pois pode ser algum vírus.

Depois voltou para suas cartas de mala direta com sistemas inteligentes e curiosos de abrir, mesmo que algumas sejam confusas demais.

Daí para despertar o interesse do receptor em abrir uma mala direta física existe o fator criatividade. Indo desde as mais originais até as mais toscas do tipo “puxe aqui”. Algumas até são incompreensíveis.

O que se pode observar é que o contato físico com uma carta, mesmo que saiba que se trata de mala direta, ainda possibilita um tempo maior de visualização do que um e-mail que fica enclausurado na seção de lixo eletrônico de sua conta. O receptor recebe em suas mãos e dependendo da publicidade o abre e mesmo que não o leia por completo conseguiu despertar o interesse em abrir. Isso já é mais difícil no campo virtual, existe em primeiro lugar o risco de vírus, depois existe a junção com centenas de malas diretas virtuais de Viagra, Invisiblebra e enlargador peniano (quem nunca recebeu alguma coisa bizarra?). Alguns até chegam para a Caixa de Entrada, pois são respostas do preenchimento de algum formulário virtual, porém mesmo assim possuem uma concorrência de visualização do usuário bem concorrida.

Poderíamos analisar pelo ponto de vista do custo e logística, mas não é o que quero fazer neste texto, quero é levantar apenas uma visão crítica como no exemplo anterior e no próximo tópico explicar onde quero chegar.